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9 de fevereiro de 2012

O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS. IMPERDÍVEL PARA OS APRECIADORES DE UM FILME, ONDE MENOS É MAIS!

Com uma trama ambientada no início da década de 70 em plena guerra fria, o filme de Tomas Alfredson (diretor da versão sueca de "Deixa ela entrar") mostra os bastidores do MI6, setor da inteligência britânica, sem o glamour, as perseguições, as mulheres lindíssimas, cartilhas sempre usadas por um outro agente famoso,  007. Temos aqui um protagonista George Smiley, voltando à ativa para descobrir após uma missão fracassada, o responsável por derrubar o chefe do setor. Existe a desconfiança de um espião cuidadosamente infiltrado na agência. A trama é densa, filmada em um tom mais lento e de uma preciosidade rara.


Baseado no livro de John Le Carré, o roteirista Peter Straughan entregou a um elenco maravilhoso, onde Gary Oldman, John Hurt, Colin Firth, Mark Strong, Toby Jones, Tom Hardy, Ciáran Hinds brilham com seus diálogos maravilhosos, seus olhares significativos e nas várias cenas de flashback, elegantes e cruciais para o desenrolar de uma trama onde todos são suspeitos. Oldman foi indicado ao "Oscar" 2012, por uma atuação simplesmente perfeita, construída no olhar e gestos cuidadosos, dando veracidade ao homem abandonado pela mulher, obrigado a abandonar a aposentadoria para enfrentar uma cúpula de agentes e descobrir qual deles está entregando de bandeja planos aos soviéticos.




O "Bafta", considerado o "Oscar" britânico deu ao filme 11 indicações, incluindo filme, ator, diretor e roteiro adaptado. Uma resposta a Academia Hollywoodiana que esnobou solenemente o filme, incluindo Oldman como melhor ator e mais duas indicações para a excelente trilha sonora e o roteiro adaptado. É público e notório que os acadêmicos são mais chegados a atuações de deficientes ("Rain Man", "Meu Pé Esquerdo", "Forrest Gump") e viscerais, se possível com alta voltagem dramática ("Sangue Negro", "Philadelphia"), portanto, Gary Oldman é um azarão no páreo. Não importa, o filme não é comercial ou facilmente digerível, mas quem puder aproveitar a experiência estará diante de um grande filme, onde os gestos e olhares são cúmplices de uma atmosfera carregada de tensão e de muito talento.

Um comentário:

  1. realmente, filme muito bom. Nas cotações do Oscar, valoriza-se mais perseguições infindáveis em detrimento de atuações intropectivas e humanas como as que vemos neste excelente filme.

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