Steven Spielberg não perde a velha e boa forma. Excelente diretor costuma provocar lágrimas nos filmes em que pretende emocionar ( "E.T", "A Cor púrpura", "A Lista de Schindler") e tantos outros. Em "Cavalo de Guerra a intenção não muda, mas a embalagem é mais bonita do que o presente em si. Tudo gira em torno da amizade entre um garoto e um cavalo indomesticável em plena Primeira Guerra Mundial.
Ao se separarem por questão de sobrevivência, começa a odisseia de um animal implacável, amigo, cuja tenacidade emociona os diferentes lugares por onde é levado: a cavalaria britânica, os soldados alemães e um fazendeiro e sua doce neta. Uma cena indiscutivelmente brilhante é quando o animal preso em uma cerca de arame farpado provoca uma trégua entre alemães e ingleses, em cena determinante para mostrar a falta de sentido de uma guerra para quem está na linha de frente da batalha.
Foram 100 milhões de orçamento e 145 minutos de uma saga que deveria ser menor. Existem atores brilhantes como Emily Watson e Peter Mullan como os pais do garoto, dono do cavalo vivido por um Jeremy Irvine sem muito carisma. O roteiro de Lee hall e Robert Curtis faz o impossível para tornar o livro de Michael Morpugo, "War Horse" crível, mas o filme derrapa em uma vontade tão grande de impor seus ideais de liberdade, tenacidade, lealdade, que acaba por esquecer completamente a cartilha mais importante: emocionar pela simplicidade, não pela manipulação, como o excelente "Corcel Negro". Infelizmente a comparação é inevitável.
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