Não é uma lista oficial, isso seria presunçoso e irreal. São 12 filmes que marcaram o ano por diversos motivos:
Vamos a eles...
"LIXO EXTRAORDINÁRIO" de Lucy Walker.
O documentário que coloca no centro das atenções o artista plástico Vik Muniz e os catadores do lixão de Gramacho, levou dois anos para ser filmado e mostra um grupo de pessoas retratadas em obras criadas a partir do lixo. Dignidade, esperança, ternura, ingenuidade e a realidade após o sonho, com a volta ao trabalho, são traços marcantes de um filme triste e verdadeiro.
"HOMENS E DEUSES" de Xavier Beauvois.
Baseado em fatos reais mostra o cotidiano de monges missionários franceses em uma aldeia na Argélia. Vida e morte dentro de um mundo contemplativo, onde a fé fortalece homens incapazes de abandonar o mosteiro, enquanto correm sério risco. Um debate atual e polêmico, onde o questionamento vai além da religião e passa a ser de todos os envolvidos em um massacre cruel e incompreensível.
"BRÓDER" de Jefferson De.
Amigos desde pequenos, Macu, Jaiminho e Pibe seguiram caminhos diferentes e uma festa surpresa reúne novamente o trio. Os valores de cada um, dentro da favela do Capão Redondo e as atuações perfeitas de um Caio Blat inspirado e um Sílvio Guindane sempre perfeito, dão o tom da eterna discussão do limite entre a criminalidade e a honestidade. A ternura e o cuidado entre eles culmina em uma decisão capaz de flertar com a tragédia.
"X-MEN PRIMEIRA CLASSE" de Matthew Vaughn.
O início da amizade entre Erik Lensherr e Charles Xavier, antes de serem os famosos Professor Xavier e Magneto, em um filme de ação correto e com elenco afiado. Os mutantes tentam mudar o rumo de uma possível terceira guerra mundial, na década de 60, com os EUA e a União Soviética com os nervos à flor da pele. O recurso da continuação vai pela linha do "como tudo começou", mas a competência garante o espetáculo.
"CISNE NEGRO" de Darren Aronofsky
Ao interpretar dois papéis em "Lago dos Cisnes" de Tchaikovsky, Nina uma bailarina perfeccionista, começa a sua jornada para provar sua capacidade em interpretar os opostos: inocência e sensualidade. Um suspense psicológico mergulhado numa teia de intrigas, onde Natalie Portman, Vincent Cassel, Mila Kunis e Barbara Hershey estão maravilhosos como as peças dentro de um jogo sem limites ou ética.
Um escritor em crise vivendo de enlatados americanos, chega em uma paris mágica, linda e capaz de realizar o seu sonho: ter vivido na década de 20, considerada intelectualmente a década de ouro. Misteriosamente um carro à meia noite o leva a conhecer Fitzgerald, Gertrudes Stein, Picasso,Hemminguay, entre outros criando o debate entre a arte ostentada e aquela que coloca o personagem de Owen Wilson no seio dos grandes mestres. Charmoso, com um roteiro fantástico e um elenco onde cada um soma um ponto para um sucesso inegável.
Um filme romântico com roteiro inteligente, mostra a força do amor e mesmo com os clichês inegáveis consegue contornar a mesmice com uma direção segura e um elenco fantástico. Steve Carell, Julianne Moore, Ryan Gosling, Marisa Tomei, Emma Stone, Kevin Bacon, estão perfeitos dentro da história de um casamento acabado após 25 anos e as aulas do marido com um garanhão para reaprender a arte da conquista. Otimismo, paixões desenfreadas e um humor delicioso são os trunfos dessa pérola, responsável por mostrar que nossa ânsia por vida pode ser mais simples do que aparenta.
A junção Abrahams-Spielberg volta às origens dos melhores filmes do diretor. Sempre com os adolescentes como protagonistas, desta vez eles filmam sem querer um grande desastre de trem onde uma criatura misteriosa é libertada. O ano é 1979 e as referências são sutis. Ficção, comédia e aventura em doses corretas fazem do longa uma referência aos melhores filmes do cineasta em décadas passadas.
A coragem de uma menina de 17 anos tentando reencontrar o pai, para não perder a casa onde mora com os dois irmãos menores. Jennifer Lawrence chega com o pé direito, mostrando um talento desglamourizado, em um ambiente seco no clima e nas emoções. A jovem protagonista desafia tudo e todos para descobrir toda a verdade escondida, mesmo que para isso corra sério risco de vida. Um filme como poucos, descortinando uma América suja, decadente e muito violenta.
Estocolmo no inverno é o pano de fundo desta refilmagem muito bem feita. Um menino atormentado pelos garotos da escola, uma menina solitária e reclusa e o encontro dos dois, formando um forte laço de amizade. Enquanto isso a cidade vira do avesso por conta de assassinatos, onde as vítimas são encontradas sem uma gota de sangue no corpo. Apesar do original sueco ser perfeito, este mantém pulso forte com grandes interpretações e um Richard Jenkins, como sempre brilhante, no papel do suposto pai da menina.
Juliette Binoche fantástica é o centro da discussão entre a obra de arte e o valor da cópia, numa Toscana atuando como coadjuvante. O centro da trama coloca em confronto um escritor inglês e uma francesa dona de uma galeria, confundidos como um casal de férias e aos poucos, vão assumindo suas novas identidades, discutindo a relação, o que é o original, o que é a cópia? A tese de que uma boa cópia vale o mesmo ou mais que o original dimensiona também este casal onde tudo se mistura, realidade ou fantasia? Um filme para pensar e repensar nosso lugar no mundo.
Em dois tempos o filme mostra o início da paixão e o desmoronamento de um casal que tinha tudo para ter um final feliz hollywoodiano. Verdadeiro, incômodo, atual. Ryan Gosling e Michelle Williams são a verdadeira razão de ser de um filme indo contra a corrente dos finais felizes e mais preocupado em mostrar detalhadamente como se destrói um relacionamento, se perdendo em expectativas não realizadas, na banalidade da vida a dois, na decadência, na dificuldade de criar uma filha e no destino. primoroso.
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